Corrimento Vaginal

 Corrimento Vaginal

Um problema que normalmente incomoda as mulheres ao longo da vida e representa uma das principais causas de consultas ginecológicas.

É importante ressalvar que: nem todo fluxo genital implica uma doença e nem toda a doença é infeciosa.

As mulheres possuem uma secreção vaginal fisiológica que pode variar de intensidade de acordo com influências hormonais (fase do ciclo menstrual, uso de hormônios, gravidez), orgânicas (excitação sexual) e psicológicas.

Quando o equilíbrio entre estes fatores se rompe é que ocorrem os processos inflamatórios e infeciosos, os quais são chamados de “vulvovaginites” ou corrimento vaginal. Esse corrimento vaginal geralmente se caracteriza por aumento do fluxo vaginal associado a prurido (coceira) vulvovaginal, dor ou ardor ao urinar e sensação de desconforto pélvico. Entretanto, muitas infeções genitais podem ocorrer sem nenhum sintoma.

As três principais causas de corrimento vaginal e que representam 95% dos casos são: vaginose bacteriana, candidíase vulvovaginal e a tricomoníase.

Vaginose Bacteriana

A vaginose bacteriana é um conjunto de sinais e sintomas resultante de um desequilíbrio da flora vaginal, que implica numa diminuição dos lactobacilos e um crescimento de bactérias, principalmente a Gardnerella vaginalis, apresenta a principal causa de corrimento vaginal incidindo em aproximadamente 45% das mulheres. Não se trata de infeção de transmissão sexual, apenas pode se desencadear pela relação sexual em mulheres predispostas, ao terem contato com sêmen de pH elevado.

As suas características clínicas incluem corrimento vaginal com odor fétido (semelhante a “peixe podre”), mais acentuado após a relação sexual e durante o período menstrual, corrimento vaginal branco-acinzentado, de aspeto fluido ou cremoso e algumas vezes bolhoso. Embora o corrimento seja o sintoma mais frequente, quase metade das mulheres com vaginose bacteriana são completamente assintomáticas. O tratamento recomendado trata-se com  antibiótico.

Candidíase Vulvovaginal

É uma infeção da vulva e vagina, causada por um fungo que habita a mucosa vaginal e digestiva, que cresce quando o meio torna-se favorável para o seu desenvolvimento. Representa a segunda causa mais comum de corrimento vaginal. A relação sexual não é a principal forma de transmissão, visto que esses organismos podem fazer parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas. Cerca de 80 a 90% dos casos são devidos à Candida albicans.

Alguns fatores podem predispor a proliferação do fungo causando a candidíase como: gravidez, diabetes, obesidade, uso de anticoncecionais orais de altas dosagens, uso de antibióticos ou corticoides, hábitos de higiene e vestuário inadequados e contato com substâncias alergénicas ou irritantes.

Os sinais e sintomas mais comumente apresentados são: prurido (coceira) vulvovaginal (principal sintoma), ardor ou dor à micção, corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspeto caseoso (“leite coalhado”), vermelhidão e edema vulvar, fissuras e maceração da vulva, dor durante a relação sexual, fissuras e maceração da pele e vagina e escoriações de coçadura. O tratamento pode ser feito com antifúngicos na forma de creme vaginal ou por via oral.

Tricomoníase

É uma infeção causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginalis que tem os seres humanos como únicos hospedeiros e nos homens costuma ser assintomáticos, enquanto nas mulheres quase sempre causam sintomas. Sua transmissão ocorre através da relação sexual desprotegida.

O sintoma predominante é o corrimento abundante, amarelo ou amarelo-esverdeado (mais comum), mal cheiroso e bolhoso. São comuns também os sintomas inflamatórios na vulva e na vagina, como: ardência, vermelhidão e edema vulvar e vaginal, prurido vulvar e, às vezes, dor ao iniciar a relação sexual. Em alguns casos pode acometer a uretra e bexiga e causar ainda dor ao urinar, aumento na frequência e volume urinário e dor em baixo ventre.

O tratamento é feito com antifúngicos por via oral.

Prevenção

A Candidíase e a Vaginose, por não serem doenças sexualmente transmissíveis, podem ser evitadas com medidas simples como: hábitos de higiene adequados, dormir despedida, usar uma cueca de algodão, dar preferência a roupas mais soltas e leves de modo a proporcionar uma boa ventilação. Já a Tricomoníase, como é uma DST, pode ser evitada com uso de camisinha.

 

Instituto da saúde da Mulher

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